domingo, 12 de agosto de 2018

As vezes é difícil pedalar

Há muito que não escrevo por aqui!! A vida nos últimos dois anos tem sido bem corrida, nesse período pedalei muito, muito mesmo! Principalmente em 2017, quando me mudei para o Campo Limpo e até o meio do ano, durante a semana, morava em Santo André. Ainda precisava terminar algumas matérias e entregar meu trabalho de graduação, era inviável manter a logística Campo Limpo (casa) - Paulista (trabalho) - Santo André (Faculdade) - Campo Limpo (casa). 

A bicicleta estava mais presente, saia de Santo André por volta das 7 da manhã e chegava um pouco depois das 8h na Paulista. Trabalhava até às 16h e retornava para Santo André. Fiz esse percurso de fevereiro até maio, dava quase 40k todos os dias, por semana, quando ia trabalhar todos os dias, 200k. 

No começo era bem cansativo pedalar, mas o corpo foi acostumando a pedalar todos os dias. Coloquei na cabeça que precisava colocar ela como o meu principal meio de transporte, além disso, utilizando a bicicleta economizava dinheiro com transporte. Importante para quem mora em república e é estagiário! 

Esse exercício diário me deu confiança para participar da minha primeira prova de ciclismo, que foi a 9 de julho. E no mesmo ano que fiz a prova, duas semanas depois, fiz minha cicloviagem para Ilhabela e passei três dias por lá fazendo tudo de bicicleta.

Infelizmente em agosto aconteceu um grave problema, uma inflamação no nervo ciático, em termos médicos protusão do líquido entre as vértebras, a protusão é o "vazamento" do líquido que está entre as vértebras, o que faz com que elas entrem em contato e acabam pinçando o nervo ciático. 

Foi difícil para entender o por quê de ter acontecido isso, não carregava peso em excesso (alguns vão falar que sim, mas eu utilizo bagageiro e o peso não ficava nas minhas costas), não havia sofrido nenhuma lesão por conta de forte pancada e não era sedentário. Hoje sei que a razão foi a falta de exercícios de fortalecimento para as costas! Mesmo que eu praticasse exercício, que era pedalar todos os dias, não estava fazendo exercícios do tipo anaeróbico.

Demorei para associar que a causa disso era por conta dessa falta de fortalecimento de outros músculos, já que pedalava em igual intensidade, em termos de distância, quando a utilizava para treinar. Mas aí me dei conta, quando treinava com a bicicleta, treinava também os músculos, fazia abdominais, flexões, fazia barra e levantava um pouco de peso. O fortalecimento desses músculos garantiam a absorção de impactos nas costas e ao fazer fisioterapia no início do ano vi a diferença que fez. 

Em maio já estava recuperado a ponto de voltar a pedalar sem ficar com dores nas costas e na perna esquerda, a inflamação que tive afetava muito o meu lado esquerdo. Nesse tempo que fiquei sem pedalar, o escritório mudou da Paulista para São Bernardo do Campo e eu voltei para minha casa, no Campo Limpo.

Esse período sem pedalar foi bem angustiante, já estava acostumado a não pegar o transporte público e de repente me vi novamente utilizando ônibus cheios, muitas vezes o estresse maior eram a má educação dos passageiros e/ou motoristas que dirigiam como se não tivessem pessoas (fazendo curvas com velocidade incompatível, freadas bruscas etc). 

A mudança para São Bernardo do Campo fez com que usasse mais transportes, ao sair de casa, um ônibus até a Paulista, na Paulista pego o metrô até a Estação Tamanduateí, de lá o trem até Santo André e depois o trólebus até São Bernardo do Campo.

Desses quatro trajetos, o mais chato de todos é o do Campo Limpo-Paulista e a volta Paulista-Campo Limpo. 

Acordar bem cedo tem seus prós e contras, um dos prós é poder ver o sol nascendo, de ônibus não conseguia apreciar isso com tranquilidade.

Quando voltei a pedalar comecei a fazer o trajeto do Campo Limpo até a Paulista e o restante por transporte público. Já alivia muito da tensão do dia a dia, mas confesso que está complicado utilizá-la todos os dias. Muitas vezes o cansaço dos demais transporte me dá uma preguiça de usar a bicicleta, até antes de sair de férias esse ano, estava bem cansado fisicamente e mentalmente. Em 2017 não estava com um desgaste mental, apesar da entrega do trabalho de graduação, e vejo a diferença desse lado também.

Voltei a trabalhar há poucas semanas, agora me sinto melhor, mas os dias de frio e chuva me deixaram com preguiça de usar a companheira (rs). Agora devo lutar contra eu mesmo e voltar a colocar a bicicleta no dia a dia, dando pausa por alguns dias para também não exagerar e respeitar a recuperação do ciático e fazer os exercícios de fortalecimento.

Então não se sintam mal quando ficarem sem usar a bicicleta por algum tempo, é normal ter um momento em que a disposição está baixa. E agora sei que para pedalar você deve estar bem fisicamente e mentalmente! Boas pedaladas para todos, até uma próxima, espero escrever com mais frequência (rs).

domingo, 3 de abril de 2016

Para que isso? Eu não precisava quando comecei a pedalar!

Reclamações ou críticas são bem-vindas, desde que contribuam de maneira positiva, reclamar por reclamar (ou criticar) não tem necessidade nenhuma e não fará diferença, seria melhor ficar quieto (quem lê pensa que sou um cara arrogante, mas não sou rs). Inicio o texto dessa maneira porque vi em uma publicação de um site de bicicleta, o Vá de Bike, alguns comentários de ciclistas com a mente fechada ou com uma visão de pouco alcance diante de uma reportagem falando sobre a segurança que as ciclofaixas e ciclovias podem trazer aos pedestres e melhorar o campo de visão dos motoristas.

Me chamou atenção dois comentários, um reclamava que pedestres deveriam se tocar e ver que as ciclofaixas e ciclovias não são locais para eles e o outro, fora do contexto da reportagem, dizia não entender uma ciclofaixa que foi colocada em local de subida e que levava de nada a lugar nenhum, a pessoa completou dizendo que não era necessário aquela ciclofaixa já que ela pedalava ali antes mesmo dela existir.

Ao primeiro comentário, apesar de existir um decreto que regula a utilização de outros meios de transportes ativos (para ver  o decreto municipal na íntegra basta acessar o link http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/5150), como patins, skate e cadeira de rodas nas ciclofaixas e ciclovias, o pedestre não foi incluído nele, mesmo assim não é razão para dizer que ali não é o lugar deles. Alguns motoristas ainda acham que bicicletas não podem circular nas vias, que ali é lugar apenas de veículos motorizados, quando na verdade as bicicletas devem circular nas vias e não nas calçadas, como alguns desses motoristas pensam. Quando vejo um comentário desse tipo me veem em mente a mudança do pensamento do motorista para o ciclista e ele se torna do ciclista para o pedestre.
Esquece do preconceito que muitos ciclistas sofreram e ainda sofrem por utilizar a bicicleta como meio de transporte, esquece também do princípio do maior proteger o menor no trânsito. Em junho (ou julho desse ano) vamos completar dois anos da iniciativa da criação de uma rede cicloviária na cidade, então a cultura da bicicleta não está enraizada na população. Muitos pedestres aproveitam o espaço para esperarem o semáforo abrir e esquecem que ali pode passar uma bicicleta a qualquer momento, da mesma forma que muitos ao atravessarem a rua quando o semáforo ainda está fechado para eles e os carros estão parados esquecem dos motociclistas nos corredores.

Ao meu ponto de vista não é problema um pedestre na ciclofaixa ou na ciclovia, basta utilizar seu sininho e alertar a sua aproximação, reduzindo sua velocidade, afinal de contas não pedalamos em velocidade alta (considero alta acima de 25 km/h) e, mesmo que estivesse, os freios de hoje são muito eficientes e dá tempo de frear com tranquilidade, ou falar um pouco alto "com licença" e agradecer depois, faz diferença um agradecimento em ambos os casos. Há o caso de trânsito parado para os carros e pedestres cortarem caminho entre eles e surgirem repentinamente na ciclofaixa/ciclovia, mas evitar uma colisão nessa situação é simples também, basta redobrar a atenção quando estiver em um cenário como esse e andar com as duas mãos nos freios.

As ciclovias e ciclofaixas devem ser um espaço democrático e de respeito entre os diferentes modos de transportes ativos.

O segundo comentário é o tipo de pessoa que acha que todos deveriam ser iguais a ela, ainda bem que não, esse mundo seria muito chato com pessoas iguais e se fossem como ela pior ainda! Eu também pedalava sem existir o tanto de ciclofaixas e ciclovias que existem hoje, agora que existem prefiro utilizá-las por ser um local de maior segurança para mim e demais ciclistas.

Aaah, mas é uma ciclofaixa em uma subida e ela não leva a nada!!! Aaaaah mas você já experimentou subir uma rua de bicicleta ao lado de veículos??? Pois bem, quando você diminui sua velocidade você precisa se equilibrar mais, faça o teste com uma roda fininha, jogue ela com força no chão, de maneira que a faça rolar (por favor né!) e vai ver que conforme sua velocidade diminui ela começa a cambalear mais. O princípio de andar de bicicleta é o mesmo, quando você diminui sua velocidade você tende a se equilibrar mais usando o jogo de corpo, ou seja, começa a distribuir o peso do seu corpo de um lado para o outro para tentar manter-se equilibrado em cima da bicicleta.

Na subida isso deixa o ciclista ainda mais vulnerável, porque além de diminuir sua velocidade ele ainda está fazendo uma força maior para continuar pedalando. Existem ciclistas que encaram ladeiras, mesmo em baixa velocidade (praticamente ao andar de um pedestre em nível plano), por isso é essencial ter ciclofaixas e ciclovias em locais de subidas também. Aaaaaaah, mas ela leva nada a lugar nenhum!!! Você por um acaso viu o plano da rede de expansão? Ele existe!!

Perto de onde moro, atualmente, foi construída uma ciclofaixa, ela começava em uma praça e terminava em uma avenida. Aparentemente, não levava a lugar algum, mas sua visão já começa a ser distorcida a partir do momento que diz não levar a lugar algum. Primeiro ela começa em um ponto e terminava em outro, seria de lugar algum se a ciclofaixa ficasse circulando pela praça (teríamos um circuito fechado para treinar :P). Segundo, ela ainda não estava completa, seriam implantados mais trechos e foi o que aconteceu. Hoje essa ciclovia liga de uma ponta do bairro até o Parque do Ibirapuera e recentemente ela se conectou com uma ciclofaixa que liga até a ciclovia da Av. Paulista.

Terceiro, já comentei em outra postagem isso mas vale a pena ressaltar, existem ciclofaixas que buscam induzir uma demanda. Existem pessoas que não usam a bicicleta com receio de dividir o espaço com os veículos motorizados e essa infraestrutura foi criada tanto para proteger aquele que já utiliza a bicicleta como meio de transporte como para incentivar os que ainda não se sentem seguros de pedalar em meio aos veículos. Temos que ter paciência, é claro que podemos questionar "essa ciclofaixa vai se conectar a algum trecho futuramente?" "se não, qual a razão dela existir ali?".

Enfim, analisar é parte fundamental de uma crítica construtiva, a análise crítica deve ir além da nossa visão, deve englobar diversas situações e não apenas utilizar experiências próprias, elas são partes importantes também porém devem ser complementadas. Do contrário continuaremos com pensamentos individuais com a construção da cidade do pensamento único!

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Quero uma bicicleta! Mas não tenho ideia de qual comprar...

Paulinho estou afim de começar a pedalar, mas eu não tenho ideia de qual bicicleta comprar, qual é a melhor? Oras, a melhor é a mais cara :P. Já ouvi e recebi muitas mensagens desse tipo, amigos querendo embarcar no mundo das magrelas, há muito tempo que estou para escrever algo sobre comprar uma bicicleta, algumas dicas para facilitar na hora da compra.

De antemão quero dizer, não tenho preconceito com as bicicletas vendidas em supermercados, com exceção da Caloi, mas algumas marcas vendidas podem te deixar na mão, são raras as bicicletas com peças de qualidade. Falo isso por experiência de amigos, me lembro de uma vez, anos atrás, em que um amigo ganhou uma bicicleta do pai dele, ele foi pedalar comigo e mais alguns amigos. Foi um dia desagradável para ele, depois de termos pedalado dez quilômetros uma peça chamada carrinho quebrou, ela é responsável por deixar o selim reto, com ele quebrado o selim não segurava e ficava baixando ou subindo, dependia de como ele distribuía o peso do seu corpo.

Conseguimos encontrar uma bicicletária aberta e compramos outro carrinho, ótimo continuamos a pedalar, mais alguns quilômetros o movimento central do pedal começou a "cambalear", cada pedalada fazia ele jogar o seu peso de um lado para o outro, perdia energia na pedalada e isso o deixava mais cansado pois fazia um maior esforço para se manter reto e tentar pedalar sem ficar jogando o peso do corpo de um lado para o outro. Paramos em um posto e conseguimos uma chave para apertar o movimento central, continua o pedal? Continua! Brasileiro não desiste nunca! Hahaha.

O que mais poderia acontecer? Ah, pode acontecer diversas situações, e aconteceram. A marcha da catraca (câmbio traseiro) travou na relação mais pesada, para quem estava iniciando é um grande esforço manter nessa marcha! Chegamos ao nosso destino, depois de pedalados 30 quilômetros, e o meu amigo iria pedalar mais 30 e uns belos quebrados, se fizesse todo o caminho ida e volta, iria chegar aos 70 quilômetros fácil. Mas ele sabia da situação em que estava, soube parar no momento certo e disse, "Paulinho, vou pegar o trem aqui para voltar, não dá para voltar com uma bicicleta assim!".

Dito essa história, talvez vocês possam repensar um pouco na hora de comprar uma bicicleta em supermercado. Alguém irá falar, "mas eu comprei uma e não deu problema!", pode acontecer sim, mas é bem raro isso! Prefiro evitar esse tipo de dor de cabeça e minha primeira dica é: saiba o quanto você pode gastar, a segunda; vá em uma bicicletária, melhor lugar para tirar dúvidas e achar uma bicicleta adequada para você.

Não quero ir em uma bicicletária, a maioria das bicicletas são caras! Prefiro comprar na internet! Beleza, vai comprar na internet, então o que devo procurar em uma bicicleta? Algo difícil na hora de comprar uma bicicleta na internet é achar uma bicicleta com o quadro compatível ao seu tamanho, siiiiiim o tamanho do quadro é importante, ou você que tem 1,80m de altura acha que uma bicicleta aro 24 ou quadro tamanho "18 (polegadas) é boa para você?? Nãaaaooooooo! Vai pedalar muito curvado, dependendo da geometria do quadro e se pedalar constantemente terás problemas nos dois joelhos!

Aqui vai uma tabela com relação da altura da pessoa com o tamanho do quadro da bicicleta.
Tabela da relação da altura da pessoa com o tamanho do quadro. Fonte: Tutto Bike.
A maioria das pessoas compram bicicletas MTB (mountain bike), por isso foquei nelas, percebam que para algumas alturas existem dois tamanhos de quadro. O que fará a diferença é a geometria do quadro, por exemplo tenho duas bicicletas, uma o quadro é 18 e a outra é 17. A quadro 18 não me deixa pedalar muito inclinado e a distância entre o meu tronco e o guidão permite que as minhas mãos fiquem em um ângulo reto, se você pegar uma bicicleta e ver que a sua mão não está reta, como se acelerasse uma moto, o tamanho do quadro não é adequado, o mesmo vale se você formar um ângulo oblíquo com os cotovelos. A bicicleta quadro 17 tem uma geometria diferente, o quadro não é totalmente reto e próximo ao canote do selim ela faz uma curvatura de caimento, desta maneira ela fica um pouco mais distante do guidão e ao pedalar tenho uma posição um pouco mais ereta.

Por isso é importante você saber o tamanho do quadro, muitas vezes as pessoas se sentem desconfortáveis porque não estão com o quadro de bicicleta adequada a sua altura. Bom, agora eu já tenho uma noção do tamanho do quadro e qual é o próximo passo? Componentes!!!

Quando se trata dos câmbios e trocadores de marcha eu prefiro as bicicletas com componentes da Shimano. Com relação ao câmbios você encontrará algumas variações de câmbios. Os mais simples terão terminações com números, por exemplo FD TZ 22. Já um câmbio acima desses com terminações numéricas é  o Shimano Tourney, depois dele vem Shimano Altus, em seguida vem o Shimano Acera e por fim Shimano Alivio. Existem componentes acima desses, são os componentes Shimano Deore, mas esses já são para quem busca alta performance e almeja mais do que pedalar no dia a dia, participar de competições ou se tiver bala na agulha, ter uma bicicleta com ótimos componentes para ter uma ótima pedalada!

Podem encontrar outro termo para câmbio dianteiro que é pedivela e para o traseiro o outro termo é cassete.

Você identifica fácil esses componentes na bicicleta, como verão nas fotos seguintes, a minha bicicleta da Sundown tem câmbio traseiro Alivio e câmbio dianteiro Acera.



Foto 01: câmbios traseiro e dianteiro, respectivamente. Fonte: prórpia, 2014.


Os trocadores de marcha da bicicleta normalmente estão associados com os componentes de marcha, no caso da minha bicicleta são trocadores do componente Alivio. O tipo de trocador é o Rapid-Fire, que é o trocador de alavanca, para se ter uma melhor ideia uma imagem desse tipo de trocador.

Foto 02: trocadores do tipo Rapid-Fire. Fonte: própria, 2014.

Esse é o trocador do lado direito e muda as marchas do câmbio traseiro, ao empurrar a alavanca de baixo a marcha fica mais leve, a alavanca de cima você não empurra dá um toque para trás para deixar uma marcha mais pesada. No lado esquerdo ocorre o contrário, a alavanca debaixo deixa mais pesado e a de cima a marcha mais leve. O outro tipo de trocador é o revo-shift, a sua troca é como acelerar uma moto, você torce o trocador pra cima ou para baixo para mudar as marchas, não gosto muito desses tipos de trocadores porque faz você uso da mão por completo, no rapid-fire você usa apenas um dedo para trocar.

Muito bem, com relação as marchas e seus trocadores vocês já tem uma ideia desse tipo de componente. Como viram, podem ter combinações desses componentes, no caso da minha bicicleta Alivio e Acera, mas podem ter bicicletas apenas com o kit FD TZ, Tourney, Altus, Acera e Alivio. Lógico que esses kits irão mudar o preço da bicicleta, desde 500 reais até 3000 reais, vai depender dos outros componentes da bicicleta.

Com o que escrevi, já seria suficiente para começarem a buscar uma bicicleta para iniciar no mundo do pedal. Não que os outros componentes não tenham importância, mas esses são os principais na bicicleta.

Mas também falarei da suspensão, prefiram bicicletas com suspensão dianteira, a suspensão traseira, que fica no quadro, atrapalha a pedalada. Você perde energia na hora de pedalar quando tem suspensão traseira. As marcas que recomendo de suspensão: rock shox, sr suntour e rst.

Beleza, isso já ajuda bastante, mas Paulinho como saber se uma bicicleta está num preço bom, com os componentes citados, por onde devo me basear?? Bem, agora vem a questão de experiência, porém para você que está iniciando a sua base será o preço das bicicletas da Caloi. No site da Caloi você pode ver as bicicletas e suas fichas técnicas e a partir dos modelos pesquisar pelos preços, o comum é o preço da Caloi ser igual em todas as bicicletárias, supermercados e lojas on-line. Com base no modelo com os componentes que você deseja, já poderá começar a pesquisar por bicicletas por aí.

Por fim, quais seriam as outras marcas? Depois da Caloi, que é a maior marca de bicicletas nacionais, vem a Soul Cycle, outra marca nacional, já ouvi dizer que a Soul Cycle é a antiga Sundown, suspeito disso porque a minha segunda bike é uma Soul e ela tem componentes bem parecidos com a minha Sundown, o que aumentou minha suspeita foi o cubo(rolamento) das rodas serem da marca Quando, mesmo cubo da Sundown, ótimos cubos, a bicicleta consegue desenvolver uma boa velocidade com eles.

Agora as marcas de fora, por não terem fabricação aqui, elas são caras, então não se surpreendam quando encontrarem uma Caloi com componentes semelhante ser mais barata do que elas. Das marcas que conheço e recomendo: Specialized (garantia de quadro vitalício), Merida, Scott, KHS, GTSM1, GT, Canadian, Alfameq e Fuji.

Há diversas marcas que não conheço, e algumas que estão surgindo, a marca Oxer, por exemplo, começou a produzir boas bicicletas. A marca Viking está relacionada mais com quadros, mas também está montando bicicletas com bons componentes. Agora sim! Podem começar a busca :). Boa pedalada!

Referências


Tutto Bike. Acessado através do link http://www.tuttobike.com.br/tabela em 03/02/2016.




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

E a bike? Como vai?

Não é nenhuma novidade que gosto muito de pedalar, a maioria das pessoas já ouviram minhas aventuras com a magrela e algumas me veem por aí quando vou pedalar. A bicicleta parece uma extensão minha, e assim como parece parte do meu corpo, muitos ao me verem antes mesmo de dizer "Oi, tudo bem?" dizem "E a bike??" ou "Pedalando muito?".

Já me acostumei e acho isso muito bom, realmente mostra a minha identidade com a bicicleta e não poderia ser diferente. Muitos amigos quando compram uma bike ou precisam comprar uma falam comigo, aqueles que começaram a pedalar contam as conquistas e feitos realizados. E os que já pedalam, cobram um pedal, até porque vou prometendo pedais e as vezes não tenho tempo de realizar logo de imediato, mas aos que prometi pedalar em algum lugar, eu não esqueci hein!

É interessante como cada pessoa vem falar comigo, a moradora do quarto andar no prédio onde moro, há um tempinho, veio com muita calma me perguntar sobre as novas ciclovias de São Paulo. Já uma outra moradora, sabe que uso a bicicleta para ir para alguns lugares, falou mal das ciclovias sem base e critério, principalmente a ciclovia próxima de onde moramos, a da Rua Honduras. Segundo o amigo dentista dela, que mora na rua, falou que nunca viu passar uma bicicleta nela, abri um leve sorriso e disse, em um dia que pedalei encontrei com três ciclistas e até tenho gravado, caso a senhora queira mostro o vídeo. Para resumir, ela preferiu ficar com o pensamento dela de que elas não servem para nada e é desperdício de dinheiro, mesmo mostrando argumentos a favor e falando a segurança que ela dá para os ciclistas.

Quando querem começar uma conversa, alguns amigos dizem, "E aí, pedalou no final de semana? Já sei, foi até o Rio e voltou (ou qualquer lugar com uma distância muito grande que não dá para ir e voltar no mesmo dia rs)!". Até mesmo pelo jeito que me visto é motivo para conversas xD.

E antes que perguntem, minha bicicleta está bem, já precisando de uma revisão na verdade rs, mas ainda aguenta muito pedal :)

Blue curtindo o pôr do sol no Ibira.

sábado, 16 de maio de 2015

Pedalando em um sábado qualquer

Já que estou de férias, e posso aproveitar o final de semana, muitas vezes durante o período de aula perco alguns para estudar e fazer trabalhos, posso pedalar por aí. Gosto de pedalar em alguns lugares, ultimamente tenho ido muito ao Pico do Jaraguá, pedalar 4,5 quilômetros de subida é sempre um desafio, mesmo feito isso algumas vezes, porque acabo por ficar um tempo sem pedalar e o corpo desacostuma. A recompensa pela subida, na verdade recompensas, você pode enumerar: conseguir subir sem descer nenhuma vez da bicicleta e sem parar no caminho, a vista lá de cima, os saguis e macacos-prego que aparecem de vez em quando e a descida que te aguarda.

Pedalar no sábado é uma transição entre o trânsito da semana e o do final de semana, em alguns lugares você encontra carros parados, enquanto passa por eles em uma velocidade muito baixa (por volta de 15 km/h) e em outras ruas e avenidas o tráfego melhora. Assim como encontra essas duas situações, também encontramos dois tipos de motoristas, estressados (parecem esquecer que é sábado e trazem o estresse da semana junto com eles) e os pacientes (no sábado o número deles é maior, ainda bem né?!).

A princípio, nenhum ciclista ou pedestre poderia subir a estrada que leva até o topo do Pico do Jaraguá, pelo fato de ser uma região preservada e o parque não ter uma área para cooper e a trilha só pode ser feita à pé, a estrada se torna tanto uma área de lazer de caminhadas quanto de treinos de ciclistas e corredores. É algo natural encontrar alguém praticando alguma atividade dessas, principalmente pela manhã e final de tarde nos dias de semana é qualquer hora durante os sábados e domingos.

Na primeira subidinha senti a falta de ter continuado os treinos, troquei para marchas mais leves e quando dava colocava em uma mais pesada (para os ciclistas a relação estava na 3-5, depois 3-4, 3-3, 3-2, 3-1 e nos últimos metros 2-1). Quando estava em um trecho plano passou um carro e uma garota estava pendurada na janela do banco de trás, ao me ver mandou um grande ooooiiiii. Como estava meio sem fôlego, apenas acenei e ela retribui com um aceno e o carro sumiu na curva. Aquilo já me deu uma energia para subir um pouco mais rápido, quando estou com fôlego digo oi ou boa tarde, bom dia para as pessoas que encontro e sem fôlego o som que sai é o trim-trim (isso é a buzina da minha bicicleta :P).

Completada a subida é hora de tirar fotos! Meu irmão levou a câmera para tirar fotos da viagem dele, apesar de ser compacta, consigo boas fotos com ela. O jeito foi levar a minha câmera, não gosto de levar ela porque é grande e a lente dela não é tão boa, apesar de ser uma câmera mais avançada em comparação a do meu irmão (em termos de poder controlar o tempo de exposição e abertura do foco, desviei um pouco o assunto xD). 

    Vista do mirante baixo, foto panorâmica, uma das opções legais da máquina e uma das recompensas de subir o Pico do Jaraguá de bike, dá para ver isso também se for a pé xD.

    Outra panorâmica, dessa vez tirada no final da subida ou começo da descida, o que preferirem.

    Uma das antenas do pico, nessa daí você pode chegar nela por uma escada e chegar no mirante alto.

Tiradas algumas fotos, hora de descer! Na descida encontro ciclistas subindo e um deles até incentivou eu a descer mais rápido! O chato é quando você encontra carros no caminho, perde um pouco da velocidade, porém encontrei dois motoristas muito simpáticos, que diminuíram a velocidade e deixaram eu passar :D. Mas depois de alguns quilômetros, encontro um motorista sem paciência, estava trânsito para os carros e eu passava numa boa, daí esse motorista passa ao meu lado acelerando com tudo e quase tira uma fina, adiante passei dele novamente e novamente ele passa perigosamente e entra na faixa onde estava pedalando sem ao menos ver se tinha me passado totalmente, você percebe a falta de paciência porque entram muito rápido na sua frente, como se quisesse dizer "Esse espaço é meu!".

Tudo bem, fique com seu espaço e, de novo, fique preso no SEU trânsito, eu posso cortar em meio aos carros parados ou simplesmente posso desmontar da bicicleta e ir empurrando ela pela calçada, lero lero! Bem, cheguei na rodovia Anhanguera novamente, para quem não tem muita experiência em rodovia é uma parte difícil, ainda mais porque na Anhanguera a parte marginal, onde os veículos deveriam, DEVERIAM, andar no máximo à 60 km/h, não tem acostamento. Para ir na central, 
onde há acostamento, tenho que pedalar mais alguns quilômetros ou arrisco uma travessia perigosa para ir pelo acostamento .

Outra dificuldade de pedalar em rodovia no trecho urbano são as entradas e saídas dela. Você tem que ficar muito atento, os motoristas raramente diminuem a velocidade! Para minha surpresa, em uma dessas saídas, esperava a oportunidade de diminuir a quantidade de carros para continuar, um motorista de ônibus fez a gentileza de diminuir a velocidade e com o farol alto avisou para eu passar! Claro que agradeci e ao passar do meu lado olhei e acenei para ele, ao final da rodovia, na ponte que cruza a Marginal Tietê, mais uma entrada de veículos e dessa vez a gentileza veio de uma SUV, sim de uma SUV, o mundo ainda não está perdido!

Estava próximo das cinco da tarde e resolvi ir à Praça do Pôr do Sol, no caminho utilizei ciclovias criadas nessa nova gestão da prefeitura e não era o único ciclista a utilizar. Uma família pedalava, os pais e o filho, adiante encontrei três amigas em uma caminhada e depois mais alguns ciclistas na outra mão. Ao chegar na Praça Panamericana, confusão entre os motoristas, uns estavam na faixa do meio e cruzam para a esquerda para fazer a conversão, outros estavam na esquerda mas iam para a faixa do meio para não ficar atrás de quem estava virando à esquerda. 

Você como ciclista tem uma visão privilegiada desse mini caos, vi um motorista educado que deixou o outro vir da faixa do meio para fazer a conversão para a esquerda, enquanto isso o motorista impaciente atrás do educado mete a mão na buzina. Penso, será que o cara não percebeu o outro veículo saindo da faixa do meio para virar à esquerda? A visão é tão limitada a ponto de apenas enxergar o carro a frente parando sem saber o por quê? Como dirijo, de vez em quando, na posição de onde estava o mal educado sei que dava para ver toda a movimentação e a razão do carro da frente parar, até porque algo que aprendi no CFC é não ter olhos somente para o carro a nossa frente, mas também do carro a frente dele e ao nosso redor (direção defensiva pessoal!).

Bem, passado o pequeno caos, cheguei na praça, infelizmente nuvens atrapalhavam um pouco o pôr do sol. Mesmo assim a praça estava cheia, como podem ver na foto abaixo.
    Praça do Pôr do Sol e o tempo fechou no final da tarde, para meu azar, mas tudo bem, faz parte.


    De qualquer maneira, é uma oportunidade de tirar fotos de um pôr do sol diferente.

Não fiquei até o final, porque antes mesmo de descer até os prédios mais ao fundão, metade dele sumiu por causa das nuvens e da poluição... Na volta fui pela ciclovia da Artur de Azevedo e nela encontrei um cara muito fo**! O cara conseguia empinar uma bicicleta cargueira!! Eu não consigo fazer isso com a minha, imagina com uma cargueira, muito mais pesada!! Encontrei com uma ciclista em uma dobrável e na ciclovia da Rua Honduras outro ciclista, para aqueles que dizem não ter ciclistas nas ciclovias, encontrei dois :P. E assim finalizo o meu sábado ciclístico :)

quinta-feira, 30 de abril de 2015

E esse shortinho, hein?


Pedalar por muito tempo exige um mínimo de conforto, uma das soluções é comprar um selim. Nem sempre o selim irá garantir conforto, após um determinado tempo em cima da bicicleta o desconforto é garantido! Qual será a outra solução?

Putz!! Aquele shortinho apertaadoo??? Nãaooo!! Era assim o meu pensamento antes de começar a usar o famoso short de lycra. Confesso, não achava ele nada masculino... Mas um dia, o desconforto falou mais alto e resolvi comprar um.


A princípio, usava um short em cima dele, tinha vergonha de pedalar com ele. Depois fui me acostumando, ao ver mais ciclistas usando também. E, quando percebi, já estava usando ele sem colocar outro por cima.

Em uma manhã de sábado, tinha aula das 10 da manhã até às 12 horas, resolvi ir de bicicleta para a universidade. Lá fui eu, camiseta de ciclista, manguito para não queimar os braços, bandana e capacete, luvas, óculos e o famoso shortinho!

Após vinte minutos pedalando, paro em um semáforo e ao meu lado parou um táxi. No banco de trás uma passageira estava debruçada na janela, eu virei e dei um sorriso simpático. Ela olhou para mim, deu uma focada no shortinho (ui!) e com um sorriso me disse "Bom dia!". Eu já tinha ficado um pouco vermelho antes mesmo dela falar "Bom dia!" só pela olhada que ela meu deu.

Já pedalados mais da metade do caminho, subia uma pequena ladeira. Para não perder o embalo eu comecei a subir ela em pé e não sentado. No momento, eu passava ao lado de um Mc e duas funcionárias estavam limpando a calçada. Quando uma delas me viu e sem pensar muito disse "Que isso!!" seguido de um assobio, o famoso "Fiu-fiu".

Rapaz! Esse shortinho chama um pouco de atenção, confesso, afinal de contas ele é bem justo!! Digo mais, essas não foram as únicas vezes que recebi olhares por causa dele, alguns deles eram do tipo "Coisa estranha..." e outros do tipo "Huuum... Interessante...". Quando uso o carro não recebo nenhum olhar ou bom dias, melhor mesmo é usar a bicicleta!

Aí estou eu com o famoso shorts!

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Subida da glória!

Houve uma época entre meus amigos, e acho que ainda existe, uma disputa para quem subia uma ladeira mais rápido do que o outro ou em uma marcha mais pesada. No começo eu ficava por último nessas disputas, até que um dia resolvi me desafiar e começar a treinar em ladeiras.

Em um certo dia, ia para casa dos meus amigos e resolvi mudar meu caminho, mas não tinha ideia da subida nele. Quando vi o paredão, parecia uma subida categoria 2 (no ciclismo existem categorias de subidas, onde 1 é o mais difícil e 4 o menos difícil), me preparei psicologicamente e, é claro, deixei na marcha mais leve! A verdade é que não era tão inclinada assim, mas era a primeira vez que subia uma ladeira ingrime como ela (essa ladeira é a da Rua João Moura aqui o Street View dela - http://tinyurl.com/mtzylh2).

Comecei a subir, apesar de ser curta, parecia que não acabava mais! Mas acabou! Cheguei no topo bem ofegante, porém muito feliz com a realização, me senti no Tour de France (queria ganhar a camiseta branca de bolinhas vermelhas, camiseta dada à pessoa que cruzar primeiro o topo de uma subida, certo exagero da minha parte, porém era o sentimento naquela hora!)!

Momentos depois de ter subido, um carro começou a andar bem devagar ao meu lado e, de repente, a motorista abaixou o vidro e começou a falar: "Nossa, você está de parabéns! Eu vi desde o começo você subindo, até comecei a andar mais devagar para acompanhar e ver se conseguia!"

Aquele elogio fez o meu dia! Agradeci a moça e desde então subir qualquer ladeira se tornou uma atividade muito agradável. O meu amigo Carlos gosta de lançar alguns desafios e um deles foi subir a ladeira da foto abaixo, Rua Caiubi, e eu consegui, dessa vez sem elogios na rua, mas elogios dos amigos pelo feito!


Dedico essa primeira crônica ao João Carlos, ele me incentivou a contar essas histórias, na verdade ele até queria que eu escrevesse um livro (será que um dia chego lá? xD) e a Fernanda Veraldo, ciclista em formação e também apoiadora da ideia do João.