Há muito que não escrevo por aqui!! A vida nos últimos dois anos tem sido bem corrida, nesse período pedalei muito, muito mesmo! Principalmente em 2017, quando me mudei para o Campo Limpo e até o meio do ano, durante a semana, morava em Santo André. Ainda precisava terminar algumas matérias e entregar meu trabalho de graduação, era inviável manter a logística Campo Limpo (casa) - Paulista (trabalho) - Santo André (Faculdade) - Campo Limpo (casa).
A bicicleta estava mais presente, saia de Santo André por volta das 7 da manhã e chegava um pouco depois das 8h na Paulista. Trabalhava até às 16h e retornava para Santo André. Fiz esse percurso de fevereiro até maio, dava quase 40k todos os dias, por semana, quando ia trabalhar todos os dias, 200k.
No começo era bem cansativo pedalar, mas o corpo foi acostumando a pedalar todos os dias. Coloquei na cabeça que precisava colocar ela como o meu principal meio de transporte, além disso, utilizando a bicicleta economizava dinheiro com transporte. Importante para quem mora em república e é estagiário!
Esse exercício diário me deu confiança para participar da minha primeira prova de ciclismo, que foi a 9 de julho. E no mesmo ano que fiz a prova, duas semanas depois, fiz minha cicloviagem para Ilhabela e passei três dias por lá fazendo tudo de bicicleta.
Infelizmente em agosto aconteceu um grave problema, uma inflamação no nervo ciático, em termos médicos protusão do líquido entre as vértebras, a protusão é o "vazamento" do líquido que está entre as vértebras, o que faz com que elas entrem em contato e acabam pinçando o nervo ciático.
Foi difícil para entender o por quê de ter acontecido isso, não carregava peso em excesso (alguns vão falar que sim, mas eu utilizo bagageiro e o peso não ficava nas minhas costas), não havia sofrido nenhuma lesão por conta de forte pancada e não era sedentário. Hoje sei que a razão foi a falta de exercícios de fortalecimento para as costas! Mesmo que eu praticasse exercício, que era pedalar todos os dias, não estava fazendo exercícios do tipo anaeróbico.
Demorei para associar que a causa disso era por conta dessa falta de fortalecimento de outros músculos, já que pedalava em igual intensidade, em termos de distância, quando a utilizava para treinar. Mas aí me dei conta, quando treinava com a bicicleta, treinava também os músculos, fazia abdominais, flexões, fazia barra e levantava um pouco de peso. O fortalecimento desses músculos garantiam a absorção de impactos nas costas e ao fazer fisioterapia no início do ano vi a diferença que fez.
Em maio já estava recuperado a ponto de voltar a pedalar sem ficar com dores nas costas e na perna esquerda, a inflamação que tive afetava muito o meu lado esquerdo. Nesse tempo que fiquei sem pedalar, o escritório mudou da Paulista para São Bernardo do Campo e eu voltei para minha casa, no Campo Limpo.
Esse período sem pedalar foi bem angustiante, já estava acostumado a não pegar o transporte público e de repente me vi novamente utilizando ônibus cheios, muitas vezes o estresse maior eram a má educação dos passageiros e/ou motoristas que dirigiam como se não tivessem pessoas (fazendo curvas com velocidade incompatível, freadas bruscas etc).
A mudança para São Bernardo do Campo fez com que usasse mais transportes, ao sair de casa, um ônibus até a Paulista, na Paulista pego o metrô até a Estação Tamanduateí, de lá o trem até Santo André e depois o trólebus até São Bernardo do Campo.
Desses quatro trajetos, o mais chato de todos é o do Campo Limpo-Paulista e a volta Paulista-Campo Limpo.
Acordar bem cedo tem seus prós e contras, um dos prós é poder ver o sol nascendo, de ônibus não conseguia apreciar isso com tranquilidade.
Quando voltei a pedalar comecei a fazer o trajeto do Campo Limpo até a Paulista e o restante por transporte público. Já alivia muito da tensão do dia a dia, mas confesso que está complicado utilizá-la todos os dias. Muitas vezes o cansaço dos demais transporte me dá uma preguiça de usar a bicicleta, até antes de sair de férias esse ano, estava bem cansado fisicamente e mentalmente. Em 2017 não estava com um desgaste mental, apesar da entrega do trabalho de graduação, e vejo a diferença desse lado também.
Voltei a trabalhar há poucas semanas, agora me sinto melhor, mas os dias de frio e chuva me deixaram com preguiça de usar a companheira (rs). Agora devo lutar contra eu mesmo e voltar a colocar a bicicleta no dia a dia, dando pausa por alguns dias para também não exagerar e respeitar a recuperação do ciático e fazer os exercícios de fortalecimento.
Então não se sintam mal quando ficarem sem usar a bicicleta por algum tempo, é normal ter um momento em que a disposição está baixa. E agora sei que para pedalar você deve estar bem fisicamente e mentalmente! Boas pedaladas para todos, até uma próxima, espero escrever com mais frequência (rs).